Ao contrário do que se ouve às vezes, já havia raças de cachorro doméstico no continente americano antes da chegada dos europeus. Há cães mumificados por povos da cultura chiribaya, que habitaram o sul do atual Peru entre 900 e 1350. As múmias são de cães da raça conhecida hoje como "pastor peruano" ou "pastor chiribaya". Os povos norte e mesoamericanos também tinham cães domésticos, de raças como chihuahua e xoloitzcuintli.
Evidências de cães domésticos entre os indígenas do atual Brasil existem, mas em pouca quantidade, e não temos relatos de uma domesticação de cães nativos amplamente difundida entre eles. No entanto, havia canídeos de espécies selvagens, de modo que não podemos presumir que o cão doméstico tenha parecido totalmente estranho. O que sabemos é que os indígenas chamaram o cão trazido pelos europeus pelo mesmo nome que davam a outras feras: îagûara (jaguar).
fera
jaguar
Outras expressões registradas para canídeos são îagûarusu, que significa "cão grande" e não sabemos com clareza quais espécies descrevia, e îagûapytanga, que significa "cão vermelho" ou "raposa".
lobos-guarás (?)
Ouça:
Quanto ao gato, Navarro aponta a palavra marakaîá para "gato-do-mato". Considerando que o guarani paraguaio usa o cognato mbarakaja para o gato doméstico, concluímos que o mesmo possa ser feito em tupi.
gato
Em seu dicionário de tupi, Navarro lista possibilidades de distinguir entre gatos selvagens e domésticos, usando como sufixos eté, que significa "verdadeiro" e foi frequentemente usado para se referir aos animais selvagens a que os termos se referiam originalmente, e mimbaba, que se refere a animais criados com humanos.
gato-do-mato
gato doméstico
rato doméstico
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